sábado, 3 de abril de 2010

Coração Solidário

No último domingo eu quase não consegui levantar, a cama me puxava, o edredom me enrolava e o travesseiro não queria me largar. Era bem cedo, era domingo. Uma força maior me arrancou da cama, me jogou no chuveiro e me motivou a sair. A força era a solidariedade e eu estava indo cumprir a missão da minha vida: fazer o bem.

Na Igreja encontrei outros soldados, cada um havia vencido sua própria batalha para estar naquele local e agora uniríamos nossas forças para uma nobre missão. Naquela manhã não construímos um castelo, salvamos alguém de um incêndio ou fizemos uma longa viagem pra falar do amor de Deus. Nós simplesmente tiramos entulhos de um cômodo, atrás de dois barracos, numa vila, em um bairro pobre.

Um cômodo simples de paredes sujas e teto falho que com nossa pequena ajuda se transformará de um pequeno depósito em um aconchegante lar. Não pelos móveis, pela estrutura ou pela reforma. Mas pelo espírito dos que voluntariamente foram até lá. Pelo Deus do coração desses humildes irmãos que lá habitarão.

É bom exercitar a solidariedade nesse mundo tão indiferente, nessa sociedade tão desumana, nessa cultura tão egocêntrica. É bom encarnar o amor que tanto pregamos e concretizá-lo em ações. Ações essas que transformam não só a vida de quem ajudamos, mas a nossa também.

Cheguei em casa imundo, suado e com alguns músculos doendo, mas com a certeza de que valeu a pena levantar naquela manhã. Eu estava realizado, não porque o cômodo ficou bem limpo ou o senhor muito feliz, mas porque não há nada mais gratificante do que sentir sua vida cumprindo um propósito.