sábado, 25 de julho de 2009

Algumas verdades

Por mais bondosos que sejamos ou desejaríamos parecer, atrás de toda ação existe uma intenção. Intenções são suscitadas consciente ou inconscientemente por repentinos pensamentos. Pensamentos não têm donos ou autores, são produtos do que sentimos diante do que através de nossos sentidos percebemos. Não existem pessoas boas e más, existem pessoas arrependidas e não arrependidas porque todas, independentes de suas ações ou intenções, são más.

Por mais maldosos que sejamos ou desejaríamos parecer, frente a toda ação existe uma possibilidade de perdão. O perdão pode ser deliberadamente aceito ou não. Se aceito, é um crédito de valor imensurável que sempre cobre o débito e ainda sobra troco. Não existe pecado que tire alguém do céu, o que tira alguém do céu é a falta de perdão.

Por mais importante que sejamos ou desejaríamos ser, ao nosso lado, nesse mundo, sempre existe alguém que poderia nos substituir. Se podemos ser substituídos entendemos que não somos os mais importantes. Se não somos nós os mais importantes, Alguém deve ser. O inimigo nos confunde a todo tempo nos levando a entender que é algo sobre nós, mas é tudo sobre Deus. A obra é dEle, a luta é dEle.

Não se trata do que você faz, do que você deixa de fazer ou mesmo daquilo que você é. É tudo uma questão do que Jesus é e de tudo o que Ele já fez por você.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Saudade

Escrevo de um país chamado Saudade, numa outra dimensão, talvez um universo paralelo. Aqui o presente real é consumido para que eu possa viver na memória o passado.

Fico deslumbrado ao caminhar pelas ruas: Cinemas apoteóticos expõem em grandes telas os melhores momentos de minha vida; Nos teatros são exibidas recordações que de outra forma não poderiam ser tão vividamente retratadas; Competentes narradores declamam as gloriosas epopéias que um dia eu vivi; E até as mais simples lojinhas revelam fotografias de toques, sorrisos e olhares. Por todo ambiente posso ouvir a doce sinfonia pautada no ritmo do meu coração.

Neste país sou um agente da voz passiva, tudo o que me é permitido fazer é observar. Num surto de desespero, eu tento romper a ilusão, por querer agir, por ambicionar sentir e não somente assistir. Tento estilhaçar o que me divide entre o ver e o viver, é esse maldito vidro, a tal da realidade. Sou expulso de lá, mas por vezes me pego trocando o presente por uma rápida viagem a esse longínquo país.

Só quando volto entendo que sinto saudade de uma representação, do que não existe mais, os personagens, hoje encenam outras histórias, e os lugares, já não são mais os mesmos. Dessa premissa deduzo a mais incontestável realidade: saudade dói.