domingo, 29 de março de 2009

Por que eu gosto das perguntas mais inconvenientes?

Quando as pessoas perguntam se está tudo bem, você não pensa numa resposta, você simplesmente responde: tudo. Para perguntas mais comuns existem respostas previamente preparadas. Para as perguntas mais insólitas, no entanto, há reflexão, o que gera respostas mais sinceras.


O mundo é superficial demais, romper esse superficialismo é um ato de coragem, é sempre arriscado ser intimidador. Mas perguntas intimidadoras demonstram um desejo de conhecimento, um interesse. Só as fazemos pra quem sentimos que realmente vale à pena, porque convém manter um relacionamento superficial com pessoas indiferentes.

A construção de uma pergunta evidencia a forma como o interlocutor compreende o mundo. Toda pergunta implica numa resposta, seja essa dita ou não. Perguntas comprometedoras nos fazem pensar e suas respostas revelam até a nós mesmos quem realmente somos.

Uma linha tênue divisa meu interesse do bom senso. Muitas vezes, abrigo perguntas inconvenientes esperando o dia em que talvez possam ser feitas. Esporadicamente uma ou outra escapa e como resultado, vezes colho uma semente de amizade, vezes perco um colega para a superficialidade.

As perguntas mais inconvenientes me seduzem por serem penetrantes, por conduzirem às respostas significativas, por exporem motivos ocultos e me capacitarem a enfrentar maiores verdades.

Toda pergunta é um ponto de partida. Uma boa pergunta pode ser o início de uma aventura.

domingo, 15 de março de 2009

Ensaio sobre o Nada

Nem perca seu tempo lendo isso, porque uma coisa é certa: um ensaio sobre o nada não leva a lugar algum.

Geralmente escrevo sobre o que me faz pensar, mas dessa vez não consegui pensar em nada, tarde demais, pensar em nada já era um pensamento. Definitivamente uma contradição, mas uma ilusória conexão entre meios pensamentos sem começo ou fim.

A vida é cheia de nadas. Ás vezes no ócio nos perdemos entre pensamentos, acabamos não chegando a conclusão nenhuma e conseqüentemente contemplamos por alguns milésimos de segundos a ausência do algo. Mas é interessante que sempre que se pensa no nada algo vem à mente. Penso no vazio da religião, na incompreensível química, no vácuo da física e nos sofismas da filosofia.

Parece que tudo tem um pouco de nada, só o nada que não tem nada de si mesmo e nada de tudo. Há muito a se refletir sobre o nada, poderia escrever mais, mas seja como for esgotei o recurso da falta de idéias e na próxima terei que me esforçar realmente pra escrever sobre algo. Termino como comecei, sem definitivamente nada a dizer.