quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Sensacionalismo

Sinceramente, eu preferiria não falar desse assunto, pois minha opinião é controversa e muitas vezes choca alguns. Mas dessa vez me incomodou demais então vou falar sobre isso.

Suzana Richthofen , Nardoni, João Hélio e agora Eloá. São alguns nomes que trazem a lembrança acontecimentos trágicos, que embora pareçam fenomenais não passam de nossa realidade. Pessoas são mortas todos os dias, das maneiras mais horríveis. Mas em alguns casos há um acompanhamento todo especial, faz-se da tragédia um entretenimento, onde a televisão massacra a sensibilidade do homem ao custo da melhor imagem.

A mídia adora casos assim, onde se explora livremente a violência, onde a audiência é garantida e os “artistas” não cobram nada. O público se sente bem pelo alívio perverso, pode julgar os envolvidos e ainda tem papo pra quando acaba o assunto. Mistura-se o sensacionalismo barato com psicologia, com política, com religião e em certos pontos todos podem ter razão.

A comunidade de Eloá no Orkut tem quase 2 milhões de membros, seus scraps estão em torno de 25 mil, sem se falar nos milhões de acessos que seus vídeos do youtube já conquistaram. Esse excesso incomoda as pessoas inteligentes e sensatas, mas o povo cai na ciranda do sensacionalismo e patrocina com intenção de solidariedade a indústria da desgraça.

sábado, 18 de outubro de 2008

Um sábado diferente

Hoje eu acordei e me arrumei pra ir pra igreja, um pouco antes de sair começou a chover, chover muito, eu fiquei meio desanimado, mas peguei meu guarda-chuva e saí. Quando cheguei á estação do metrô vi uma mulher e três homens reunindo os moradores de rua que dormem ali para cantar hinos, achei interessante, mas continuei meu caminho. Quando estava com o cartão na mão, na frente da catraca decidi voltar. Juntei-me à roda, eram nove homens de rua e quatro cachorros, a mulher inicialmente tinha ido alimentar os cachorros e acabou levando uns amigos para fazer uma pequena reunião ali. Eles leram a Bíblia, oraram com muita confusão e começaram a cantar. Eu conhecia o cântico “Você tem valor” que aprendi no EJC e comecei a cantar também. Depois um dos amigos da mulher deu seu testemunho de já ter sido também um morador de rua e da transformação que Deus operou em sua vida. Cantamos porque Ele vive e faz chover, nessa segunda música estava chovendo muito forte, ventando bastante. O senhor do meu lado estava chorando discretamente e balbuciava as palavras: Senhor, ajuda minha coluna pra que eu possa puxar a carroça. Cantamos outros cânticos, a mulher e os homens foram embora. Alguns moradores de rua vieram me abraçar, eu passo todos os dias por ali, conversei um pouco com eles, um contou a historia de seu casamento, outro de como havia a uma semana quebrado o pé. Os cachorros estavam brincando, a chuva caindo e eu me sentia bem naquele ambiente que me era tão hostil. Tive uma manhã de sábado bem diferente, mais com certeza muito agradável.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Amigos

Falar de amizade, de amigos no plural, não teria outro sentido se não refletir na lição que com uns poucos aprendi. Digo poucos com orgulho, porque embora escassos em número são abundantes em qualidade. Fui bem criterioso ao condecorar-lhes com esse título, pois depois de uma série de acontecimentos não era mais possível considerar-lhes meros colegas. Não citarei nomes, mencionarei o que com cada um aprendi sobre a amizade.

Amigo é aquele te faz cumprir uma promessa, acabe a intimidade, passe o tempo, o que foi dito na sinceridade percorre os caminhos da fidelidade;

Amigo é aquele que tem prazer na sua companhia, que quer estar com você todos os dias, ele é comum a seus gostos, suas crenças é quem te leva a pensar;

O amigo é quem partilha com você todas suas historias (e quantas histórias) e te deixa a par de tudo o que aconteceu na vida dele antes da sua chegada;

Amigo é quem olha pra os seus olhos e enxerga o que se passa no seu coração, ele não pergunta se está tudo bem, ele só pergunta: o que aconteceu dessa vez?

O amigo pode machucar, e como, mas o amigo perdoa;

Amigo é quem te faz rir só pelo jeito que ele pronuncia seu apelido;

Amigo é quem de te liga puxando assunto só pra ouvir o som da sua voz;

Amigo não é superficial, é profundo, o amigo se importa com você independente das circunstâncias, amigo diz sempre a verdade. O amigo te conhece como você é, ele entende o que vai no fundo do seu coração, ele sabe seus defeitos, seus problemas, ele conhece sua ferida, o que te incomoda. Amigo é quem sempre tenta fazer o que é certo. Amigo é quem te ensina, quem sofre junto. O amigo faz você rir, se preocupa com seus sentimentos, torce verdadeiramente pelo seu sucesso. Ele se importa com quem vai ser sua próxima namorada (o). Amigo é aquele com o qual você faz planos, é o que te motiva. Amigo é aquele que sabe te fazer bem independente da situação.

domingo, 14 de setembro de 2008

Arrependimento

Desde pequeno aprendi nas aulas de religião que pecado é errar o alvo. É sabido de todos que através do arrependimento temos acesso a graça que pela fé testifica a salvação. Muitas vezes me pergunto até que ponto meus pedidos de perdão não passam de costume ou mera hipocrisia. Seria falsidade o perdão não embasado em sentimento?


Remorso é a desestabilização das emoções causada por um erro. O peso na consciência nos faz lastimar, o remoer do passado nos faz sofrer, e a permanência no erro nos leva a culpa. Nisso tudo não há raiz para o arrependimento. Pois se pecado é errar o alvo, arrepender-se é acertar o alvo. E não se acerta lamentando, sofrendo ou culpando.

Voltar ao plano ou acertar o alvo é uma decisão que será válida enquanto houver esperança. Deus não se cansa de amar dizia o hino. Deus nunca está longe de um coração arrependido, decidido, machucado. Você pode voltar ao alvo com sentimento ou sem, mas só Deus pode te manter lá. Você pode tentar inúmeras vezes, mas só Ele pode dar a verdadeira libertação.



quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Livre-arbítrio

Há algum tempo me pergunto o porquê do desejo de convencer alguém de algo. Seria uma ação involuntária visando subliminarmente à redução de atrito em um relacionamento? Não, o próprio ato da persuasão ou debate já é um atrito que poderia ser evitado majoritariamente. Cogitando possibilidades encontrei uma que me intriga, mas de certa forma me agrada.

Deus deu ao homem o livre-arbítrio. Aqui começa um enorme paradoxo, a antagônica relação entre liberdade e juízo (arbítrio). É incrível como as pessoas gostam de julgar umas as outras, adotam como regras padrões individuais definidos por puro capricho e se acham no direito condenar. A restrição é um atentado contra a própria liberdade. Sentimo-nos livres para julgar, mas não aceitamos a liberdade de quem tomamos por réus.

Nosso íntimo egoísta deseja convencer e dominar, tudo o que ardentemente desejamos em nossa pequenez Deus em Sua grandeza abriu mão ao dar-nos o livre-arbítrio. Ele em Seu infinito amor deu-nos a opção de não amá-Lo. Esse é o cerne do altruísmo.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Coleguismo

Já foi dada uma breve introdução a respeito de meus pensamentos, sobre o que chamam de amizade. Antes de falarmos sobre a amizade comum e a verdadeira amizade seria necessário avaliar outro tipo de relacionamento mais rudimentar, o que eu chamo de “coleguismo”.

O coleguismo é uma relação interpessoal humana muito comum, está presente em diversas áreas de nossa vida e envolve a maioria das pessoas. Onde estamos temos a habilidade de nos relacionar, e qualquer tipo de relacionamento saudável entre pessoas pode ser tido como coleguismo.

Podemos fazer colegas em festas, férias, no trabalho, na escola ou em qualquer ambiente. Os colegas são amáveis e simpáticos, geralmente temos muitas coisas em comum. Com os colegas até podemos repartir algumas dores, mas não devemos falar de mais e nem tudo o que pensamos, eles são embalados no lacre da superficialidade. Podemos conviver anos com um colega sem saber a história de sua vida. O importante é sempre manter o alto-astral, dar risadas, se divertir e seguir aquela linha de comportamento imposta pela sociedade em todas as circunstancias.

Os colegas passam por nossa vida, uns por algumas horas, outros por dias ou até anos. São pessoas que entram e saem das nossas vidas, quando vem à separação não devemos temer, “foi bom enquanto durou”, desejar felicidades e seguir em frente cada um pelo seu rumo. Se no futuro se encontrarem relembrarão alguns momentos e perceberão que se fizeram o uso da palavra amigo foi em vão, pois na verdade passaram pelas vidas um do outro quando havia algo em comum, mas agora, é... eram colegas!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Sonhar

Sonhar é construir universos paralelos com a concepção de uma idéia;
É controlar o tempo e conduzir espaço, é reger com harmonia cada detalhe.
É fazer parte de um mundo onde tudo gira em torno da nossa mente.
Onde os limites não existem, onde cada viagem se resume a um passo e cada passo é uma grande viagem.


Sonhar é plantar relacionamentos com o espontaneidade de um desejo;
É nutri-los com as mais fúteis demonstrações, e zelá-los como nosso maior tesouro.
É enfrentar o gigante da insegurança, e vencê-lo com as armas das ações.
É no final de toda batalha, conquistar a donzela de forma heróica.

É não ter medo de errar.
Ter ousadia pra tentar.
É um delírio, sonhar!

quinta-feira, 31 de julho de 2008

A obra da vida

Algumas sugestões apontaram alguma dificuldade no vocabulário e na interpretação dos textos, escrevo primeiro de maneira “inevitável” e logo em seguida de uma forma mais simples:

A vida é escura, cheia de contrastes mais sem brilho. É abissal a presença de saturações, mas limitado o espectro de matizes. Numa tonalidade cinzenta ela se apresenta crua, cabe ao ser humano colori-la de emoção. A visão é subjetiva, a interpretação concebe a idéia e estabelece o significado.

Os pincéis da alegria são molhados na imaginação e é a fantasia do real, não de forma alienada, mas de forma complementar, que dá o acabamento na obra da vida. É a idealização do concreto numa configuração abstrata que nos remete emoção ás lembranças. E é o uso de figuras representativas que acrescenta valor ao comum e faz especial o tradicional.

Toda beleza é vã no individualismo, o poder do repartir nossas experiências e cores que faz da vida mais que um projeto, uma obra de arte.

Em outras palavras...

A vida é cheia de desigualdades (sociais, culturais, financeiras...), mas em todas elas sem brilho (dinheiro, posição, bens, não trazem felicidade). Marca grande presença o excesso (o tedioso, o problema), mas é limitada quantidade de peculiaridades (de diferenças, de soluções) que cada um trás consigo. A vida como chega a nós não é atrativa, mas temos a capacidade de colori-la e fazê-la especial. O que vemos não é tão importante quanto o que pensamos do que vemos.

A alegria depende da imaginação, e é a fantasia, não de forma louca, mas de forma natural e não condicionada a frivolidade da sociedade que dá o acabamento na vida. É a idéia do real (que já aconteceu) que faz ao lembrarmos (do acontecimento) emocionarmo-nos novamente. É o fato de figurarmos as coisas (ironias, brincadeiras, trocadilhos) que acrescenta valor ao dia-a-dia e faz do comum especial.

É inútil ter uma vida, sem pessoas com quem podemos reparti - lá, e nossa capacidade de compartilhar experiências e emoções uns com os outros que faz da vida mais do que um empreendimento uma grande aventura.


sábado, 26 de julho de 2008

Correr

Perdoem-me os leitores pelo desleixo nos últimos dias... Férias!!!! Voltarei a escrever regularmente. Conto com os comentários... Obrigado!!! Um textinho meio fraco pra recomçar...

Correr: os pés tocam o chão, de forma harmoniosa o atrito do velho tênis sobre o asfalto gera o movimento. A velocidade, o peito ofegante, a liberdade. O vento contra o rosto, entrando pelas narinas, o cheiro da relva. A paisagem, os olhos atentos, a admiração. O sol, que brilha sobre o campo e com seus raios atravessa os galhos e as folhas de cada árvore, aos pouco vai se esvanecendo no horizonte. Uma trégua, no primeiro momento as mãos se lançam os joelhos, mas logo depois se olha ao redor, a terra, o vento, o sol. O tempo pára, e na intermitência de uma respiração sente-se a eternidade. Adoração, silêncio, reverência. Poderia ficar lá por horas, mas não seria a mesma coisa, tudo tem seu tempo e os momentos que nos dão vislumbres da eternidade exigem de nós em troca os pés no chão. A estrada perde-se nos pés, a brisa, a lua, no horizonte perde-se uma silhueta, é só um jovem correndo.

domingo, 29 de junho de 2008

O último pecador

O filho de Deus, amante da carne. O hipócrita descomedido de estereótipo fixo e alma oscilante. Questionando o que não tem resposta, esperando o que não merece, mais caindo do que levantando, mais cedendo do que lutando. Que atos, por mais louváveis que sejam, poderiam equiparar o mais sutil dos meus erros que atentam contra a santidade de Deus? Como pode um jovem manter pura sua alma? Guardando Sua lei? A lei é absoluta! Como permanecer em pé diante do trono de um Deus justo que é fogo consumidor?

Em mim, nada há de íntegro, nada de justo, nada de reto. Quisera ser o que às vezes pareço. Perdido? Jamais! Porque embora às vezes seja amante da carne sou filho é de Deus. Porque a alma embora oscilante, não é fôlego meu. Mesmo questionando sigo esperando. Caio, e quando não consigo levantar, Ele vem à terra e me socorre no chão. Não há nada no mundo que possa me salvar, não a dignidade que mantenha alguém em pé diante da justiça de Deus. Mas aleluia porque existe uma saída, glória a Deus porque não é o final: GRAÇA! Ela é maior do que o pecado, é incondicional. A lei pode ser absoluta porque a graça também é absoluta! A graça é o que de mais doce há no evangelho, ela é a certeza de que Deus me ama mesmo sendo eu ainda o último pecador.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Por que sorrimos quando alguém nos abraça?

Por que sorrimos quando alguém nos abraça?
Seria pela segurança, pela ajuda ou pelo conforto? Não, ninguém sorri por estar seguro, ser ajudado ou ficar confortável. Essas são razões mais racionais e a razão raramente faz sorrir o coração. As pessoas sorriem quando brota sentimento, quando ele é maior do que o corpo e não se contendo em ser só pra si transborda num sorriso compartilhando a alegria com todos.

Mas porque tanto alegria em um simples abraço?
Eu acredito que exista um diálogo entre os corações, onde a linguagem não é feita de palavras, mas de sentimentos. Quando se abraçam, os corações amigos podem ouvir o cochichar um do outro, trocando segredos, acalentando as aflições, transmitindo paz. Não nos deixam ouvir ou compreender, mas nos permitem sentir a reciprocidade dos nossos sentimentos por quem gostamos.


Então é isso?
Não, embora bastasse o maravilhoso diálogo dos corações amigos, não é só isso. O abraço tem um trunfo, ele ultrapassa a esfera dos sentimentos e da razão e corajosamente se arrisca nos terrenos da ação. Seria belo sentir verdadeiramente, extraordinário dizer com sinceridade, mas é excelente demonstrar.

Tantos abraços já recebi em minha vida, alguns mais inexperientes, outros mais confiantes, uns inesperados outros extremamente aguardados. Cada abraço é único porque cada pessoas é única. De uma coisa eu tenho certeza: Abraçar é muito bom!

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Dia dos Namorados

Esse é meu décimo sétimo dia dos namorados solteiro. Envolto em meus pensamentos, numerei três breves críticas relacionadas ao “mau namoro”. Certamente será chato e frio para alguns, mas não faço questão de agradar a todos:

Em primeiro lugar, sou contra o namoro precoce. Geralmente ele ocorre antes de a pessoa definir seus princípios e conduta, sendo assim guiada completamente por um impulso cego que coloca a afeição numa escala superior a da razão. Essa paixão dominante e egoísta rouba muitos dos amigos, que deveriam ser de toda forma conquistados e valorizados nessa fase. Sem se falar nos perigos e traumas causados por um sentimento sem razão.

Sou também contra o namoro fácil por necessidade. Deixar-se cativar facilmente faz-nos perder o valor e conseqüentemente ferir a própria auto-estima. Instintos devem ser controlados, e quando não são, conspiram contra a razão deixando sem fundamento firme os sentimentos, que em vez de abrilhantar a vida passam a enegrecê-la.

Em terceiro, sou completamente contra e me incomoda o uso vulgar que muitos namorados fazem do “eu te amo”. São incontáveis os casais que fazem livre uso do termo em seus primeiros meses de relacionamento. “É um termo abundantemente usado, mas não compreendido. A atração ou fascinação de um por outro não é amor e não faz jus a esse nome. O verdadeiro amor tem base intelectual, através de um profundo conhecimento da pessoa amada.” EGW, Carta a jovens namorados, pág.36.

O bom namoro é uma benção, por esse espero ansiosamente. Mas sinceramente, do namoro precoce (que creio agora, já não ser o meu caso) e do namoro por necessidade prefiro me abster. Feliz Dia dos Namorados!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Sobre a Amizade

São poucos os assuntos que me fascinam tanto quanto a amizade. Sem dúvida, já escrevi sobre este mais do que qualquer outro assunto. Iniciarei minha jornada pelos caminhos da amizade nesse Blog com uma breve introdução:

Antigamente a palavra “amizade” definia relacionamentos a beira da perfeição, era usada cautelosamente pelo grande valor que em si carregava. Foram poucos os que atingiram em seus relacionamentos o ideal proposto pela palavra, tanto que existem alguns ensaios e idealizações sobre o assunto, mas são raros os testemunhos de uma verdadeira amizade. Um exemplo disso é a Bíblia, que tão vasta em temas apresenta somente um relato detalhado de amizade entre humanos, e o faz abismando leigos no assunto com termos como “a alma de Davi se ligou a de Jônatas”.

Ao transcorrer da historia, o real significado de amizade foi se esvanecendo e ela passa agora a abranger todos os relacionamentos saudáveis humanos. Seria de minha vontade recuperar a grandeza autêntica da palavra amizade, mas para isso haveria necessidade de encontrar outra forma de classificar os bons relacionamentos que não são amizade, colegas. Por experiência, prefiro manter a inversão de valores caracterizando a amizade que beira a perfeição como verdadeira, não porque as outras sejam falsas, mas porque essa denota o primitivo sentido da palavra.

Nos textos sobre a amizade, ponderarei alguns de seus níveis e seus benefícios, mas enfatizarei e celebrarei o dom da amizade verdadeira. Amantes dessa encontrarão aqui refúgio; Candidatos, auxílio; Solitários, esperança.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

No barco da política e da religião

Há um barco, todos remam com vigor e ele vai tomando cada vez mais velocidade, porém, ninguém tem idéia da direção. Um furo no porão, por onde a água entra lentamente, anuncia: haverá naufrágio. Na cabine de comando ninguém parece se preocupar, todos fazem belos discursos prometendo aumento de salário para os operários, pintura colorida das paredes e até elevadores ligando a primeira classe ao porão, tudo isso enquanto distribuem saquinhos de pipoca. Parecem ter soluções fúteis para todos os problemas secundários. E a tripulação se alegra com as promessas e entra em clima de festa.

Cidadãos iludidos com salários e elevadores se esquecem do problema no porão.

Cristãos deslumbrados pela pintura das paredes e o gosto da pipoca se esquecem que seu destino não é no mar.

Uma coisa é certa, se não fizermos nada, em ambas as situações, afundaremos com o navio.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Pra cada 2 perguntas, 1 afirmação

.
.
Duas da manhã, sem dormir. Primeiro poema, lamento ser nesse estado de espírito. Não posso conter, é inevitável.
.
.

O que a gente faz quando a dor do peito é mais forte que a razão?
Quando a mente que estava centrada é consumida pelo coração?
Por fora, tudo como sempre, por dentro arde à explosão.

Raimundo Correia sabia desse mal secreto, por isso falou sobre a cólera que espuma na alma, que destrói as utopias e a tudo devora, por isso cogitou ao espírito sofrido enxergar pela máscara da face. Máscara.

Por que tenho que participar desse baile e usar essa máscara que me é uma aberração?
Porque nessa sociedade quem tem dinheiro e poder é quem segue melhor a representação?
Por fora, todos se enganam, por dentro sabem: é tudo ilusão.


Como anelar por brandura se deste mundo o interior é mal?
Pra que aparentar doçura se todos sabem que são sal?
Para os outros é loucura, mas você sabe, é real.

sábado, 17 de maio de 2008

A magia de um momento

Aproxima-se a data da celebração de bodas de ouro dos meus avós. Escassas são as comemorações desse tipo, e as poucas que acontecem são muito pobres em originalidade, na maioria das vezes, adaptando-se idéias de casamento. Logo, se vê a grande necessidade de algum material ser produzido. Nesse intuito, me dedicarei a criar alguns textos que acompanhados de arte gráfica enriquecerão o dia esperado. Peço a opinião dos leitores principalmente quanto à prolixidade (confusão) e a concisão do texto:

O olhar de um casal apaixonado na manhã que sucede a noite do casamento;
O primeiro toque nas mãos de um filho recém nascido em um quarto de hospital;
A vigésima vez que um neto pede para ouvir a mesma história;

Momentos.
Pequenas porções de tempo que emaranhadas de grande emoção penetram em nossa memória. A vida não se resume ao tempo de existência, mas a duração do sentimento, do sentido, da decisão.

Podem-se pagar fortunas por majestosos momentos:
Assistir uma bateria de fogos aos pés da torre Eiffel, em Paris;
Passar um fim de semana em um sofisticado chalé nas montanhas de frente para o mar;
Se emocionar assistindo a um clássico de Shakespeare;

Mas o mistério de um momento não está na noite em Paris, nem na manhã após o casamento, mas no olhar. O segredo do momento não se esconde em um chalé nas montanhas, nem no quarto de hospital, mas no toque. E a magia de uma vida não se deve a uma peça de Shakespeare, muito menos a uma história que uma avó conta a seu neto. Mas todo o mistério, o segredo e a magia se encontram na vigésima vez. Porque é fácil estar apaixonado na primeira manhã, no primeiro toque, na primeira história. Mas é relumbrante se apaixonar todas as manhãs, tocar com o mesmo carinho as mãos de um bebê que já é homem e contar com o mesmo sentimento pela vigésima vez a história.

(Se possível, leia uma segunda vez, o texto é repleto de conexões subjetivas.)

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Pequeno gesto, grande lição

Hoje quando entrei no ônibus, saindo da faculdade, sentei-me logo no primeiro banco vazio que vi. Após me acomodar percebi que ao meu lado estava uma senhora, cabelos crespos já esbranquiçados, pele enrugada, olhos negros, sobre o colo uma sacola e entre os braços uma bolsa. A viagem transcorreu naturalmente, estava lendo e comecei a notar que ela lia algo também, olhei com canto dos olhos e percebi que era algo religioso pelas citações freqüentes aos evangelhos. Voltei a mim e continuei lendo meu livro. Após algum tempo ela começou a mexer em suas coisas indicando que estava pra sair e eu gentilmente tirei minhas pequenas pernas do caminho. Antes de passar ela deu um sorriso, pegou algo em sua bolsa e me entregou, era um folheto. Senti-me envergonhado. Nunca duvidei do poder de um folheto, só que também nunca pensei que um dia ele exerceria um choque tão grande sobre mim. Qual é a minha missão? Onde estavam os meus folhetinhos? Sem dúvida, um pequeno gesto, mas pra mim, uma grande lição.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Nacionalismo, eleições e a greve dos ônibus

  • “Não existe nenhuma "comunidade natural" em torno da qual se possam reunir as pessoas que constituem um determinado agrupamento nacional, ela precisa ser inventada. É necessário criar laços imaginários que permitam "ligar" pessoas ao "sentimento" de terem algo em comum.” (Identidade e Diferença pg.85, adaptado)

  • Deveres de um cidadão brasileiro para com o estado no ano em que completa 18 anos: Alistamento militar e expedição do título de eleitor.

  • Semana passada os ônibus não circularam, greve. Hoje pela manhã, houve no terminal capelinha uma manifestação política em defesa aos direitos médicos e de reajustes de salários dos motoristas de ônibus (foto).

Sendo o nacionalismo uma imposição cultural que permeia nossa mente nos levando a considerá-la erroneamente como inata a nossa identidade (“sou brasileiro!”), seria racional por motivos nacionalistas servir o exercito ou morrer por seu país? Não! Mas e quanto ao voto, seria igualmente um dever cívico tolo? Considerando que pagamos impostos para o bom funcionamento da sociedade nacional, seria mais do que um dever, um direito, escolher sabiamente aqueles que administrarão nossos recursos pensando tanto em nossas necessidades, como nas de nossos filhos, e da nação. Cada cidadão tem suas carências, uns dependem do SUS, outros de educação pública, eu perdi um dia de aula pela greve na SP Trans (Companhia de Ônibus). Infelizmente, não podemos ser todos atendidos, mas se cada um optar pelo seu interesse a maioria será atendida. Os motoristas exigiram seus direitos pela greve, o voto é o meu grito de protesto.

Começa o dilema, a corrida política, não mais expectador, agora ELEITOR!

Opinião desenvolvida como resultado de contribuição intelectual de Jean Luc Mororó Roland;

domingo, 11 de maio de 2008

Mãe não é tudo igual

Dizem que mãe é tudo igual, eu discordo! Minha mãe é uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço, desde pequeno saciava meus porquês. Conversávamos horas a fio na cama, antes de eu dormir, e ela me ensinava de maneira simples desde à magia de como nascem os bebês até porque podemos comer lactobacilos vivos. Dava-me pequenas lições de economia, de política e de ética, me estimulava a ser um homem honesto, indicando-me as diretrizes de uma vida retilínea. Desenvolvia em mim a responsabilidade através de criativos programas de pontuação, e assim me instruiu no valor do trabalho.
Mas mais do que somente o pensamento ela me conduziu pelos jardins do sentimento, ás vezes com dificuldade, mas me ensinou a vivê-los e a dominá-los. Quando precisava ser corrigido, ela sempre dizia: Acredite, isso dói mais em mim do que em você, faço porque te amo. E assim me ensinou que o amor não são só rosas, mas também sacrifício por um bem maior. Deu-me o modelo de o que é ter uma opinião, sendo sempre autêntica e não uma “esposa de pastor” segundo o protótipo. Muito mais do que mãe, mais do que professora, e que amiga ela foi e é um exemplo para mim. Parabéns ERLINDA HASSE UREL pelo dia das mães!

sábado, 10 de maio de 2008

O Pensamento Inevitável

Bem, seria lícito nesta primeira postagem conceituar a descrição, o objetivo, e a função subjetiva que compõe o cerne da idéia desse blog.

  • A descrição: O pensamento inevitável é aquele que não posso conter. As idéias fervilham, as palavras se formam, se agrupam e querem pular. A admiração, a indignação. Um grito desesperado de quem tenta carregar a bandeira inimiga em um mundo perdido.
  • O objetivo: Gerar a reflexão dos leitores, suscitar pensamentos, provocar ações.
  • A função subjetiva: Um dos alvos de minha vida é escrever um livro. Espero através dos comentários aos temas, a abordagem e ao modo formar um estilo literário que agrade aos leitores e pela prática alcançar o primor.

As postagens serão ocasionais, mas no mínimo semanais.

Agradeço pela visita, salve em seus favoritos e colabore sempre deixando seus comentários.


Muito Obrigado!
André Hasse Urel