sábado, 3 de abril de 2010

Coração Solidário

No último domingo eu quase não consegui levantar, a cama me puxava, o edredom me enrolava e o travesseiro não queria me largar. Era bem cedo, era domingo. Uma força maior me arrancou da cama, me jogou no chuveiro e me motivou a sair. A força era a solidariedade e eu estava indo cumprir a missão da minha vida: fazer o bem.

Na Igreja encontrei outros soldados, cada um havia vencido sua própria batalha para estar naquele local e agora uniríamos nossas forças para uma nobre missão. Naquela manhã não construímos um castelo, salvamos alguém de um incêndio ou fizemos uma longa viagem pra falar do amor de Deus. Nós simplesmente tiramos entulhos de um cômodo, atrás de dois barracos, numa vila, em um bairro pobre.

Um cômodo simples de paredes sujas e teto falho que com nossa pequena ajuda se transformará de um pequeno depósito em um aconchegante lar. Não pelos móveis, pela estrutura ou pela reforma. Mas pelo espírito dos que voluntariamente foram até lá. Pelo Deus do coração desses humildes irmãos que lá habitarão.

É bom exercitar a solidariedade nesse mundo tão indiferente, nessa sociedade tão desumana, nessa cultura tão egocêntrica. É bom encarnar o amor que tanto pregamos e concretizá-lo em ações. Ações essas que transformam não só a vida de quem ajudamos, mas a nossa também.

Cheguei em casa imundo, suado e com alguns músculos doendo, mas com a certeza de que valeu a pena levantar naquela manhã. Eu estava realizado, não porque o cômodo ficou bem limpo ou o senhor muito feliz, mas porque não há nada mais gratificante do que sentir sua vida cumprindo um propósito.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Auto-estima

Muitas pessoas estão doentes, socialmente doentes. E essa doença, por mais contraditória que possa parecer, não tem nada a ver com o outro, apenas com o eu. São pessoas necessitadas de amor próprio, vulnerabilizadas por suas instáveis emoções, reféns de si mesmos.

Exaltam a era do culto a si mesmo, e abusam de roupas de marca, “amigos” do Orkut, celulares ou qualquer outro símbolo social que granjeie bajulações vendendo a imagem de que eles têm algo que não são.

Mas a solidão sempre os encontra e ela é cega para status, mas especialista em avaliar a alma e determinar com exatidão o valor que cada um tem. Neste momento, nus diante da verdade essas vítimas do eu têm sua carência revelada.

Sabem no fundo que estão equivocados em sua maneira de viver, em tentativas desesperadas confundem auto-estima com egoísmo e buscando a satisfação da carência, fecham as portas para o que poderia enfim os ajudar, um relacionamento virtuoso.

sábado, 25 de julho de 2009

Algumas verdades

Por mais bondosos que sejamos ou desejaríamos parecer, atrás de toda ação existe uma intenção. Intenções são suscitadas consciente ou inconscientemente por repentinos pensamentos. Pensamentos não têm donos ou autores, são produtos do que sentimos diante do que através de nossos sentidos percebemos. Não existem pessoas boas e más, existem pessoas arrependidas e não arrependidas porque todas, independentes de suas ações ou intenções, são más.

Por mais maldosos que sejamos ou desejaríamos parecer, frente a toda ação existe uma possibilidade de perdão. O perdão pode ser deliberadamente aceito ou não. Se aceito, é um crédito de valor imensurável que sempre cobre o débito e ainda sobra troco. Não existe pecado que tire alguém do céu, o que tira alguém do céu é a falta de perdão.

Por mais importante que sejamos ou desejaríamos ser, ao nosso lado, nesse mundo, sempre existe alguém que poderia nos substituir. Se podemos ser substituídos entendemos que não somos os mais importantes. Se não somos nós os mais importantes, Alguém deve ser. O inimigo nos confunde a todo tempo nos levando a entender que é algo sobre nós, mas é tudo sobre Deus. A obra é dEle, a luta é dEle.

Não se trata do que você faz, do que você deixa de fazer ou mesmo daquilo que você é. É tudo uma questão do que Jesus é e de tudo o que Ele já fez por você.